ele
Às 6h da manhã seu corpo já estava mais aquecido, principalmente por seu cachorro, Pelé, que dormia quase que enrolado encostado em seu peito. Seu corpo trajava uma roupa surrada, suja das chuvas, poeiras e aquela lama escura formada pela poluição que São Paulo despeja diariamente no ar. É aí que ele acorda ao ter seu corpo sacolejado por Dalton, que apressado caminha para o metrô República e não percebe o corpo dele que dormia no chão. Não basta ele ter que dormir em condições subumanas, ainda é atordoado por estar atrapalhando o caminho das pessoas que vêm e vão para o trabalho. Sem opção e já acordado, ele levanta murmurando contra o vento, enquanto Pelé começa o seu dia animado, para ele resta imaginar quando irá satisfazer a fome que ronca em sua barriga. O cheiro do pão na chapa da padaria na esquina o atiça, mas ele sabe que não tem como pagar, e estando tanto tempo na rua, a vergonha em pedir já não lhe ocorria mais. Já na frente da padaria pediu a Marina um trocado para se ali...