Medo...

Medo é uma palavra que constantemente percorre nossa comunidade.

Medo na infância,

Medo na adolescência,

Medo na juventude,

Medo quando adulto e, principalmente,

Medo quando velho.


Na infância somos podados e endireitados, tirando coisas de "menina" de nossas mãos. Na raiva ouvimos "essa boneca é da sua prima, vai brincar de bola", e ali temos medo de fazer algo errado.


Na adolescência esperam de você o mais pegador, que fale com as meninas e conte as namoradinhas, sufocando a primeira paixão da escola. O sentimento de ser errado acaba sendo agregado ao medo de ser descoberto.


Aí na juventude vem o medo do incerto, de como ser você pode magoar o próximo e atropelar as expectativas de sua família. O "quando você se casará", ou "você precisa tomar jeito", e até mesmo "cadê as meninas?", te enchem de medo de não estar indo com a sociedade.


Já adulto vem o "ainda está solteiro?", "Tem que casar, quero os meus netos", e soma-se aí os problemas de trabalho, da carreira escolhida, e de como se portar.


Então vem a velhice, onde o medo de ficar sozinho e não ter quem lhe cuidar é real. Ser "velho" na comunidade é um fator complicado de solidão e como você estará em mais alguns anos.


Mas acho que o maior medo é nos outros, aquela sensação de que ser você mesmo pode trazer problemas a cada esquina.


Medo em uma única palavra: homofobia.


Mas o medo também pode ser visto como "não ter medo".


Não ter medo de cantar, dançar e sorrir,

Não ter medo de amar,

Não ter medo de se expressar,

Não ter medo de beijar os amigos,

Não ter medo de ser quem você é.


Brincar na infância sem ver o que lhe limita, na adolescência se expressar sobre olhares de julgamento, na juventude ter os “casinhos” e amores, já adulto poder casar, ter sua família sem julgamentos, seja família de amigos, seja com o amor de sua vida, e na velhice ter aqueles amigos que sempre lhe acompanharam.


O medo é imposto, a vivência que o sufoca apenas tenta calar uma comunidade tão alegre e acolhedora, o que o torna impossível.


Medo, é só uma palavra que limita.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cheiro, Silêncio e Tempo

Palavras Soltas [3]